Empreiteira baiana de volta às páginas policiais com a prisão de Fernando Collor; entenda o caso

Investigação da Lava Jato revela que Collor usou sua influência política para beneficiar a UTC Engenharia em contratos milionários

Foto: Divulgação

A recente decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão imediata do ex-presidente Fernando Collor de Mello, trouxe à tona o nome da UTC Engenharia, empreiteira com raízes na Bahia, em um esquema de corrupção que envolveu a BR Distribuidora. O ministro Alexandre de Moraes rejeitou os últimos recursos da defesa de Collor, condenado a oito anos e dez meses de prisão em regime fechado, e ordenou o cumprimento imediato da pena.

A decisão do STF confirmou que Collor, com a ajuda dos empresários Luis Pereira Duarte de Amorim e Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos, recebeu R$ 20 milhões da UTC Engenharia para viabilizar contratos irregulares com a BR Distribuidora.

A propina foi paga em troca de apoio político para a indicação e manutenção de diretores da estatal, facilitando a celebração de quatro contratos entre a UTC Engenharia e a BR Distribuidora para a construção de bases de distribuição de combustíveis.

As investigações, que se basearam em delações premiadas da Operação Lava Jato, revelaram que Collor utilizava sua influência política para beneficiar a empreiteira baiana, que obteve contratos milionários em um curto período de tempo. Especificamente, o dono da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, confirmou o pagamento dos 20 milhões de reais a Collor.

Documentos apreendidos, mensagens, e-mails e planilhas reforçaram as acusações, demonstrando a atuação do ex-presidente no esquema.

Além da prisão, Collor foi condenado a pagar 90 dias-multa, indenizar a União em R$ 20 milhões e ficar inelegível por quase 18 anos. Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos e Luis Pereira Duarte de Amorim, que atuavam como operadores financeiros de Collor, também foram condenados. A defesa de Collor alega inocência, mas a decisão do STF, que considerou os recursos da defesa como meramente protelatórios, tornou a condenação definitiva.

Bnews

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