Morre o criador da Maldita, Luiz Antônio Mello

Rádio Fluminense FM foi criada por LAM e revelou bandas como Legião Urbana, Paralamas do Sucesso, Kid Abelha e Engenheiros do Hawaii. Histórias do jornalista e da emissora de rádio viraram filme.

Luiz Antônio Mello: referência do jornalismo musical e criador da rádio Maldita Fluminense FM morre em Niterói Reprodução

Luto na música e na comunicação em Niterói. Morreu de pancreatite nesta quarta-feira (30) o radialista, jornalista, escritor e produtor musical Luiz Antônio Mello, conhecido por ter criado a precursora Radio Fluminense FM nos anos 80 — que ocupava o dial 94,9 e foi apelidada de Maldita FM por apostar no rock e nos artistas independentes. A emissora deu o tom de uma nova geração de radialistas, programadores e influenciou programas e a grade de programação de emissoras concorrentes. Recentemente a vida de Luiz Antônio Mello e a história da rádio viraram o filme “Aumenta Que é Rock n Roll”, estrelado por Johnny Massaro e lançado pela Globo Filmes. Posteriormente o filme se tornou uma micro serie e foi exibida em quatro capítulos pela tv aberta do Grupo Globo.

Fã ardoroso da banda The Who?, Luiz Antônio Mello respirava e suava música e jornalismo, tendo servido de referência para diversos músicos, jornalistas, produtores, colunistas, programadores de rádio, radialistas e empresários da comunicação social. Incansável, agora entra para a história e deixa a cidade, os amigos e admiradores de luto. 

TRAJETÓRIA IMPECÁVEL – Luiz Antonio Mello nasceu em 1955 e começou sua carreira em 1971 no Jornal de Icaraí. No ano seguinte, passou a trabalhar na Rádio Federal (a primeira emissora no Brasil dedicada a jazz, blues, rock e MPB alternativa) nas funções de programador, produtor e redator musical. A seguir foi para o departamento jornalístico da Rádio Tupi, trabalhando ainda na Rádio Jornal do Brasil e no jornal Última Hora.

Montou em 1981, juntamente com Samuel Wainer Filho, o projeto “Maldita”, da Fluminense FM. Em 1985 deixou a Fluminense para participar da implantação da Globo FM. Trabalhou ainda como crítico musical em vários programas de televisão.

De 1985 a 1990 foi consultor de marketing avançado do departamento internacional da gravadora Polygram, responsável pelas campanhas de lançamento de álbuns do Dire Straits, Tears for Fears, Jimi Hendrix, Supertramp, Janet Jackson, Eric Clapton e outros 82 artistas. Foi responsável pelo lançamento da gravadora Windham Hill Records no Brasil (label norte-americano líder mundial em new age music) e do projeto Música dos Anos 1990 da Warner Music.

Em 1986 foi para a Rede Manchete, onde atuou como diretor do Domingo Especial e redator-chefe do programa Shock, dirigindo aproximadamente 200 musicais internacionais para a emissora. Como produtor musical, trabalhou nos discos de Celso Blues Boy (Som Na Guitarra) e de Antônio Quintella (Araribóia Blues, Os Intocáveis), coletâneas do The Who, Jimi Hendrix e na série On The Road, entre outros. Assumiu em 1989 a presidência da Funiarte (Fundação Niteroiense de Arte). Nos anos 1990, coordenou um projeto chamado “Música dos Anos 90”, pela gravadora Warner Music Foi colunista ainda dos jornais O Pasquim, Jornal do Brasil, O Estado de S. Paulo, Jornal Opinião e Folha de Niterói. Foi diretor de criação da Tech & Midia Comunicação Integrada, editor de cultura da revista de arte Caffè Magazine, cronista do jornal International Magazine e vários outros veículos. Em 2005 fez parte da equipe que fundou a BandNews FM, sucursal Rio de Janeiro. Além de ter criado a Rádio LAM online, atualmente era um dos editores do jornal diário A Tribuna, em Niterói.

Obras publicadas:

Nichteroy, Essa Doida Balzaka (1988)
A Onda Maldita (1992)
Torpedos de Itaipu (1995)
Manual de sobrevivência na selva do jornalismo (1996)

Jornalismo na Prática (junho de 2006)
5 e 15, Romance Atonal Beta (junho de 2006)

O Dia

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